quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Os Miseráveis - I Dreamed a Dream




             Os Miseráveis é título de um obra clássica do escritor francês Victor Hugo (1802-1885) que muitos leram ou ouviram falar. Qualquer comentário não define  a beleza e a dramaticidade da obra - uma crítica social antes de tudo. Lembro-me que era um jovem do ensino fundamental que não gostava de ler, como é normal entre os jovens...(infelizmente) e um dia me deparei com essa obra - obviamente uma versão reduzida e adaptada para os alunos de ensino fundamental, porém bem editada. Algo me fez começar a ler aquilo e de repente me vi envolvido pelo livro até acabá-lo. As situações vividas pelos personagens é de fazer apertar o coração de qualquer um. Uma das personagens que tem uma história que nos causa tal sensação é Fantine.
            Os Miseráveis também tornou-se um musical (além de série e filme). Uma das músicas cantadas na peça chamada, "I Dreamed a Dream" possui uma letra muito bela. Tal letra é cantada pela personagem Fantine. A música é um lamento, um pôr-para-fora das angústias que Fantine estava sofrendo no momento.
            A letra em inglês foi criada por Herbert Kretzmer, baseada na do musical em francês. Essa canção se tornou "popular" ultimamente devido ao sucesso que uma participante de um show de talentos na Inglaterra fez ao cantá-la emocionando a todos na ocasião- Susian Boyle. Talvez quem tenha visto o vídeo de Boyle na internet não tenha reparado na beleza da letra e disponibilizarei aqui para que possamos vê-la. Segue também um vídeo do musical, sendo que a canção é interpretada com maestria pela cantora e atriz inglesa Ruthie Henshall.

(tradução de - http://www.vagalume.com.br/)










I Dreamed A Dream
There was a time when men were kind
When their voices were soft
And their words inviting.
There was a time when love was blind
And the world was a song
And the song was exciting.
There was a time ... then it all went wrong

I dreamed a dream in time gone by
When hopes were high and life worth living,
I dreamed that love would never die
I dreamed that God would be forgiving.

That I was young and unafraid,
When dreams were made and used and wasted.
There was no ransom to be payed,
No song unsung, no wine untasted.

But the tigers come at night,
With their voices soft as thunder,
As they tear your hope apart
As they turn your dreams to shame

He slept a summer by my side.
He filled my days with endless wonder,
He took my childhood in his stride,
But he was gone when autumn came.

And still I dreamed he'd come to me
And we would live the years together,
But there are dreams that cannot be
And there are storms we cannot weather.

I had a dream my life would be
So different from this hell I'm living
So different now from what it seemed
Now life has killed the dream
I dreamed.
I Dreamed A Dream (tradução)

Houve um tempo em que os homens eram bons
Suas vozes eram doces
e suas palavras encorajadoras
Houve um tempo em que o amor era cego
E o mundo era uma canção
E essa canção era excitante
Houve um tempo... e então tudo deu errado

Eu sonhei um sonho num tempo que se foi
Quando as esperanças eram grandes e a vida valia ser vivida,
Eu sonhei que o amor nunca morreria
Eu sonhei que Deus poderia perdoar.


Então eu era jovem e destemido,
Quando os sonhos eram sonhados, realizados e desperdiçados.
Não havia preços a serem pagos,
Nem canção não cantada, nem vinho não provado.

Mas os tigres vêm à noite,
Com sua voz suave como o trovão,
Como se despedaçassem suas esperanças
Como se transformassem seus sonhos em vergonha

Ele dormiu por um verão comigo
Ele preencheu meus dias com amor sem fim
Ele levou minha juventude em sua correia
Mas ele se foi quando o outono chegou

E ainda sonhava com ele vindo a mim
E nós viveríamos os anos juntos,
Mas há sonhos que não podem ser
E há tempestades que não podemos prever.

Eu tive um sonho de como minha vida seria
Tão diferente deste inferno que estou vivendo
Tão diferente agora daquilo que parecia
Agora a vida matou o sonho
Que eu sonhei.























segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Reflexões sobre o Nada

         

       

             O que é o Nada? Será que você ja parou pra pensar sobre essa questao? Se repararmos na pergunta já vemos que só de pensá-la já entramos em um paradoxo. Como definir o Nada se ele 'não é'? Você pode defini-lo dizendo: "é a ausência de qualquer coisa", ou adotar as definições de um dicionário como por exemplo o Michaelis, que diz que o Nada é: 1-Nenhuma coisa, 2-A não-existência; o não existente. Porém reparem nesse interessante "é".
         Todo pensamento é pensamento de "algo" e definindo-o estamos, além disso, inserindo algum conhecimento sobre ele, e é o caso de quando falamos que o Nada 'é' isso ou 'é' aquilo. O "é" pressupõe existência (no campo das idéias ou no físico) além de ligar um predicado à um sujeito. Mas como o Nada pode ''ser algo'' e ter predicado ou "ser" sujeito de uma frase se ele "não é"? Como inserir conhecimento de alguma coisa que nem mesmo "é"?
         O filósofo pré-socrático Parmênides de Eléia dizia:"somente o Ser é e o Não-Ser não É" (na antiguidade o não-ser correspondia, de certa forma, ao moderno Nada). Sua resposta acerca da questão "o que é o Nada (não-ser)" provavelmente seria- "como dizer o que o Nada é se o nada não é?". 
          A lógica linguistica parece nos "prender" e não temos como nos referir ao misterioso Nada. Porém parece que não temos a mínima dúvida que ele exista, e isso é um novo paradoxo que nos encontramos, pois dizer que o não-ser existe não é fácil para a razão, e é um tipo de pensamento que irritaria o eleata Parmênides. 
         Porém para Heidegger (filósofo contemporâneo) não estamos errados já que o Homem (um Ser-no-mundo) está inserido no Nada e comumente se depara com o Nada através da angústia: (o Nada é antes uma questão existencial) - “Na angústia – dizemos nós – ‘a gente sente-se estranho’.Não podemos dizer diante de que a gente se sente estranho. A gente se sente totalmente assim. Todas as coisas e nós mesmos afundamo-nos numa indeferença [...] aquilo com que a angústia se angustia é o ‘nada’ "Para Heidegger esta situação nos traria uma pitada de Nada e mesmo assim não poderíamos compreende-lo ao todo.
          
Diante disso, baseado em Heidegger, só nos resta uma dica para se conhecer, em partes, o Nada: Angustie-se !